quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A Complexidade de Fringe

Ficção científica com muitos detalhes e referências. Fringe conseguiu se consolidar como série Sci-fi de qualidade, mas infelizmente não é muito valorizada.
De J.J Abrams, criador de Lost e Alias, Fringe conta uma história complexa. Uma série de casos bizarros ocorrendo com humanos ou em nossa atmosfera, conseqüências de experiências realizadas no passado por um cientista chamado Walter Bishop (John Noble).

Olívia Dunham (Anna Torv) é uma agente do FBI e trabalha na Fringe Division, uma corporação que investiga e estuda todos esses acontecimentos.  Depois de presenciar a quase morte de seu parceiro John Scott (Mark Valley) e vê-lo totalmente desfigurado e de uma forma jamais vista antes Olivia procura a ajuda de Walter para tentar descobrir uma cura pra John e conseguir capturar quem lhe fez isso.

Porém Walter se encontra internado em uma clínica psiquiátrica e a única forma de tirá-lo de lá é com a ajuda de seu filho Peter (Joshua Jackson). Os três então começam a investigar esses casos estranhos.

Apesar de ser uma série de qualidade, Fringe teve um grande defeito e que até hoje sofre as conseqüências por isso: A primeira temporada. Mas não me interpretem mal, a série não foi ruim em seu primeiro ano, o problema foi ela ter se mantido como procedural por muito tempo e por isso muitos telespectadores foram deixando de assistir. Confesso que se eu tivesse assistido Fringe na época em que ela foi lançada, talvez não tivesse continuado, pois tenho sérios problemas com séries que não desenvolvem muito a vida pessoal dos personagens. Me mantive firme por que tinham me alertado sobre o salto de qualidade da série mais pra frente, por isso em mais ou menos um mês já tinha chegado na terceira e estava acompanhando com o povo dos EUA.

Apesar disso já na primeira temporada Fringe começou a mostrar que sua trama seria interessante. Olivia quando criança foi tratada com uma droga chamada Cortexiphan, assim como várias outras crianças. Essa droga foi desenvolvida por Walter e por seu parceiro Willian Bell (Leonard Nimoy) e tem a função de limitar a limitação que nossas mentes desenvolve. De acordo com Willian Bell a mente humana é infinitamente capaz, mas cada força que ele encontra, seja social, física ou intelectual, começa um processo que ele chamou de "limitação", uma diminuição desse potencial. O Cortexiphan desenvolve em Olivia uma telecinese limitada e é capaz de difundir uma bomba ou abrir um campo invisível de força em sua mente. Willian tem um encontro inusitado com Olivia no final da primeira temporada num mundo paralelo ao “nosso”. É isso mesmo, no universo de Fringe existe outro mundo igual ao “nosso”, mas com algumas coisas diferentes devido às atitudes humanas. Exemplo disso é que o encontro de Olivia com Willian no mundo paralelo é no World Trade Center.

Fringe começa a explorar tramas ligadas a esses dois mundos e aos perigos relacionados ao fato de que um dia esses mundos possam se chocar, causando uma grande devastação da raça humana.

A partir da segunda temporada descobrimos que o Peter que interage entre os personagens é do universo paralelo e que o Peter “desse mundo” morreu no passado e por isso Walter o seqüestrou com o objetivo de salvar sua vida.

Foi nesse período em que a série começou a me interessar de verdade. Os produtores e roteiristas começaram a mostrar muita inteligência em cada detalhe desenvolvido nas tramas. Fiquei fascinado ao assistir o episódio 2x16 chamado “Peter” que se passa no ano de 1985, nesse episódio Walter conta para Olivia como e o porquê ele trouxe Peter para o “nosso” mundo com detalhes. Desde a abertura já podemos ver o cuidado dos produtores em cada detalhe exibido. Pra quem já assistiu a abertura sabe que na tela aparecem nomes de assuntos relacionados à tecnologia da mitologia da série, já apareceram nomes como: Tele transporte, Inteligência Artificial, Matéria Escura, Neurociência e Engenharia Genética. Nesse episódio que se passa em 1985 alguns nomes relacionados na abertura são: Clonagem, Nanotecnologia, Fertilização in Vitro e Realidade Virtual, assuntos da época sem contar o design que é feita em moldes e fontes totalmente antigos. 

Outro detalhe bem interessante é um momento em que alguns personagens param em frente ao um cinema que está em cartaz o filme “De Volta para o Futuro” e estrelado por Eric Stoltz. Sabemos que no real quem estrelou esse filme foi Michael J. Fox, mas na época o ator Eric Stoltz realmente foi cotado para estrelar o filme e até gravou algumas cenas, mas foi dispensado por que os produtores acharam que ele não convenceria como adolescente. A cena é tão natural que só percebe quem realmente presta muita atenção, pois não fica nada em destaque.

Mais o trunfo de Fringe veio quando o universo paralelo nos foi apresentado. Até então só tínhamos ouvido falar e visto somente em um passado, mas no final duplo da segunda temporada conhecemos um mundo com nossos personagens em versões bem diferentes.

Olivia, uma agente fria e centrada em sua profissão, agora, ainda é agente só que mais descolada, relaxada, bem atrevida e um pouco perigosa. Peter como já sabemos só existe um. E Walter que em nosso mundo é uma pessoa insegura e cheia de culpa por todos os acontecimentos ocorridos, mas também muito amável, agora é um homem poderoso, frio e capaz de qualquer coisa pra conseguir seus objetivos.


Por causa de um plano de Walternativo (Walter do universo paralelo), Olivia do nosso mundo fica presa no mundo paralelo e Olivia do lado B vem para o nosso. Com isso a terceira temporada começa intercalando o acontece em cada um dos mundos, dando um grande salto de qualidade na série e deixando-a muito mais dinâmica.

Depois de tantos elementos intercalados, seria apenas uma questão de tempo para que uma guerra fosse  iniciada entre esses dois mundos. Essa guerra tem como pivô o seqüestro de Peter no passado que deixou o Walternativo querendo vingança. E o surgimento de uma máquina que pode destruir qualquer um dos dois mundos dependendo da forma que for usada acaba sendo o centro de toda a trama.

A Doomsday Machine (Máquina do Apocalipse) foi criada por Walter no futuro e foi projetada para que somente Peter pudesse ativá-la. Walternativo conseguiu ativá-la com o sangue do filho que Peter teve com a Olivia do lado B, filho que ele não sabe da existência e que é fruto do relacionamento dos dois quando ela estava no lado A fingindo ser a verdadeira Olivia. Com a Doomsday Machine ativada o mundo começa a ser destruído devido à abertura de vários wormholes (Buracos de minhoca), esses buracos são fendas que se abrem entre os dois mundos. Peter então resolve se conectar a máquina para tentar desativá-la, mas essa atitude de Peter acaba mudando totalmente o rumo da história.

Ele consegue criar uma ponte de ligação entre os dois mundos e em seguida desaparece. De acordo com os Observadores a partir daquele momento Peter nunca existiu. Os Observadores são criaturas carecas, que andam de preto e aparecem sempre em situações importantes e cruciais.

Essa situação acaba dando um nó na cabeça de todos os fãs da série e é um dos mistérios que virão na nova temporada.

Além dos principais, existem alguns personagens regulares que acrescentam ou não na trama de Fringe. Broyles (Lance Reddick), Agente do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos e que lidera as investigações da Fringe Division. Astrid (Jasika Nicole), agente júnior do FBI e que auxilia Walter em seu laboratório. Nina Sharp (Blair Brown), trabalha na Massive Dynamic, empresa responsável por desenvolver alta tecnologia e tem grande respeito por Willian Bell, fundador da empresa. Charlie Francis (Kirk Acevedo), agente do FBI e amigo de Olivia. E por ultimo, mas não menos importante, a Vaca Gene, Walter com seu jeito todo sem noção pede uma vaca em seu laboratório e junto com Gene acaba sendo alívio cômico pra essa história cheia de mistérios.

Prontos para se renderem a Fringe? Se você for um #freak4series conseguirá fazer uma maratona das três temporadas da série em pouco tempo.

A 4ª temporada estréia dia 23 de Setembro pela FOX Americana.

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